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  • Foto do escritorVivianne Geber

Missão: Mulheres na Mercante

Atualizado: 22 de jun. de 2018

Muitos não sabem, mas a Marinha do Brasil e a Marinha Mercante não são a mesma coisa. A diferença básica é que a primeira (a “de guerra”) é composta por militares e a segunda, por civis, ainda sim Oficiais, sendo diretamente relacionada ao transporte de cargas, passageiros e apoio a plataformas de exploração de petróleo e gás. 

Até aí está fácil. 

No entanto, a formação dos Oficiais da Marinha Mercante é realizada em instituições de ensino superior militar, mantida e administrada pela Marinha do Brasil. São os Centros de Instrução: CIAGA e CIABA.   Parece confuso, mas tem lógica. Os Oficiais da Marinha Mercante farão parte da reserva naval (não remunerada) e podem ser convocados em caso de guerra, daí porque a necessidade de formação militar.

O mercado de trabalho da Marinha Mercante é constituído por empresas de navegação, tendo pela frente uma carreira que tem o seu ápice no posto de Capitão de Longo Curso, para os especializados em Náutica, e no de Oficial Superior de Máquinas. E ainda é possível se candidatar a uma das vagas oferecidas nos concursos da Marinha (a “de guerra”).

Foto: Al. Roberta Castelo / Jornal Pelicano (imagem da internet)

Vida embarcada e de confinamento, rotina de trabalho exaustiva e afastamento de familiares por longos períodos marcam a trajetória da profissão e, talvez, por isso, as Escolas de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM) só passaram a permitir o ingresso de mulheres na segunda metade da década de 90. De chefes de máquinas a comandantes de petroleiros, desde 2000, quando se formaram as primeiras 9 mulheres, foi trilhado um caminho árduo, superados tabus, vencidos preconceitos e conquistadas posições.  É o caso de Hildelene, que foi a primeira mulher a se tornar Imediata, Comandante de um navio e Capitão de Longo Curso. Ela e a Imediata Vanessa Cunha fizeram história em 2013, quando, pela primeira vez, duas mulheres assumiram os postos mais altos da hierarquia de um mesmo navio da Marinha Mercante. Aliás, Vanessa foi promovida em 2017 e hoje comanda o navio Nara.

E não é só isso. Muitas oficiais advindas da Marinha Mercante realizaram concurso para a Marinha e trouxeram suas experiências à Segurança do Tráfego Aquaviário, como foi o caso da Capitão-Tenente Vitória Régia, que atua na Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar; da Capitão-Tenente Tatiana Melo, no Tribunal Marítimo; da Capitão-Tenente Monique Falcão, no Comando do 5º Distrito Naval e da Capitão-Tenente Andrea Gonzales, no Comando do Controle Naval do Tráfego Marítimo.

Se você ainda acha que mulher na navegação traz mau agouro, você não sabe de nada!


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