top of page
Buscar
  • Foto do escritorVivianne Geber

Missão: Intervenção Federal

Atualizado: 5 de jul. de 2018

Ok. Esse é o tema mais polêmico de todos. Então, por favor, tentem ler o texto deixando as ideologias de lado.

Antes de tudo, a intervenção não é militar, é FEDERAL, limitada à área de segurança pública do Rio de Janeiro. O interventor é um militar, mas poderia muito bem ser um civil. Não me perguntem por que um militar foi escolhido. Talvez pela capacidade de saber conduzir pessoas e a prática de tratar com grandes pelotões ou pelo costume de lidar com as rígidas rotinas da caserna e com a disciplina e hierarquia, bases fundamentais de um quartel, ou pelo comprometimento com a instituição que representa (já que não pode fazer feio), ou até mesmo pela expertise adquirida nas Operações de Garantia da Lei e da Ordem (papo para outro post) que estão em vigor desde agosto do ano passado. Segurança Pública não é a atribuição principal das Forças Armadas, mas fazer o quê?


O que importa é que a escolha faz parte de uma medida democrática, prevista na Constituição de 1988, nossa “constituição-cidadã”, para ser aplicada no tal do “grave comprometimento da ordem pública”, uma situação excepcional, como a que foi verificada no Rio de Janeiro. Aliás, não é só o Brasil que conta com esse instrumento jurídico, vários outros países democráticos o preveem em suas constituições — aqui nada se cria, tudo se copia.

Não entrarei no mérito da decretação da medida — se era necessária, se há outros Estados da federação com níveis de criminalidade piores do que os do Rio ou se foi questão política — o importante aqui é a missão dada a um General do Exército que a cumpre dentro da lei.

O interventor hoje comanda a polícia militar e civil e tem os militares das Forças Armadas à sua disposição para ajudá-lo a organizar a segurança pública de um Estado quebrado, fragmentado socialmente e com comunidades dominadas por facções criminosas, crime organizado e milícias. Uma árdua tarefa, ninguém duvida disso, não é?

São 10 meses para consertar anos de estragos, de má-gestão e corrupção, de deterioração e imoralidades. Viaturas sem contrato de manutenção, frota parada, falta de pagamento dos policiais, de fornecedores, sem falar na crescente onda de criminalidade — um verdadeiro colapso.

Não existe milagre. É duro dizer isso, mas é a realidade.

O interventor está fazendo o que pode: mudou os comandos das polícias, fez auditorias, requisitou policiais emprestados, está desenvolvendo programas, tenta reformular projetos, coloca ordem na casa.

A função é ingrata — qualquer erro é valorizado e o sucesso não é mais do que obrigação.

Alguém lembra que Nova Iorque foi uma das cidades mais perigosas do mundo? Lembra dos índices de criminalidade que atingiam recordes históricos? Da epidemia do crack na Big Apple dos anos 80? Hoje a cidade tem menos de 300 homicídios por ano. Será que temos solução?

O sucesso vai depender de todos, da cooperação entre as instituições, da população, da imprensa e dos poderes da República. Ele vai depender de você.


374 visualizações0 comentário
bottom of page