Quantas vezes eu não ouvi dizer: os militares não deviam estar na fronteira?
Bem, antes de mais nada, um pouco de geografia para que você possa visualizar o que está em jogo.
O Brasil é o quinto maior país em extensão no mundo, ficando atrás da Rússia, do Canadá, da China e dos Estados Unidos. Ele é um pouco menor que a Europa inteira e faz fronteira, fluvial e terrestre, com nove países da América do Sul — Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname — e com o Departamento Ultramarino Francês da Guiana (é esse mesmo o nome da Guiana Francesa), numa extensão de quase 17 mil quilômetros. Só para se ter uma ideia, a fronteira entre o México e os Estados Unidos é de apenas 3 mil quilômetros e eles têm toda aquela dificuldade.
Deu para imaginar?
As Forças Armadas têm um papel fundamental na defesa do território e na proteção da soberania e dos interesses nacionais contra ameaças externas. É um trabalho diário de investigação e inteligência, de vigilância e monitoramento, firmando presença em pontos estratégicos da fronteira.
Para reforçar essa presença e a capacidade de monitoramento e de ação na faixa de fronteira, o Brasil também investe em projetos tecnológicos, como o Sisfron – Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras.
Acrescente-se a isso, o Programa de Proteção Integrada de Fronteiras, criado no final de 2016, com o objetivo de fortalecimento da prevenção, do controle, da fiscalização e da repressão aos delitos transfronteiriços. São vários órgãos, junto às Forças Armadas, cada um dentro de sua respectiva competência constitucional, atuando de forma integrada e coordenada.
Enquanto o Trump tenta vedar sua “pequena” faixa de fronteira construindo um muro, nós seguimos lutando por aqui, também tentando cobrir esse país continental.
Você pode não ver, mas tem alguém cuidando do seu país 24 horas por dia e 7 dias por semana.