Embora pareçam conceitos antagônicos, o civil e o militar vivem mais integrados do que você imagina.
Falo dos servidores civis, que, atuando em Organizações Militares, fazem parte de um conjunto indissolúvel e contribuem para o cumprimento da missão constitucional das Forças Armadas.
Há registros históricos de ingresso de civis, no então Ministério da Guerra, desde 1790. Com a Guerra do Paraguai, entre 1865 e 1870, o efetivo cresceu, aumentando as atividades das fábricas e dos arsenais de guerra e, consequentemente, a necessidade de o Exército valer-se da mão de obra civil.
Na Aeronáutica, a integração dos servidores remonta à sua criação em 1941, quando cedidos pelos diversos órgãos federais, os civis passaram a integrar a Força logo nos primeiros anos.
Sem querer puxar brasa para a minha sardinha, a história mais bonita é do Mestre de Construção Naval Antônio da Silva. Com idade avançada, e em um estaleiro inacabado, aceitou o desafio de construir uma nova embarcação, dando início às atividades do atual Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro em 1763. Quatro anos depois, era entregue o primeiro navio brasileiro, a Nau “São Sebastião” ou "Nau Serpente", como era conhecida, em razão da escultura de dragão que levava em sua proa.
Não é à toa que ele é o Patrono dos Servidores Civis da Marinha, com direito a dar nome a prêmio e tudo.

No contexto atual, o servidor civil é o responsável por manter a continuidade e a eficiência dos serviços, nas área de administração, saúde, magistério, ciência e tecnologia.
É nesse vasto leque de atuação que o civil consolidou a sua fundamental participação, nas tarefas realizadas pelas organizações militares, espalhadas por todo o país e no exterior. São soldados e marinheiros sem farda, mas, de coração, responsáveis, inclusive, por transmitir os valores das Forças Armadas para a sociedade.
Claro que diferenças existem. Tanto o civil como o militar possuem suas rotinas, horários, carreiras, enfim, regimes jurídicos próprios, mas nem por isso deixam de ter um convívio harmônico. Todos os homens e mulheres, civis e militares, atuam de forma relevante e dedicada, em prol dos interesses nacionais.
Viu? A parceria é um sucesso, pois o objetivo comum é trabalhar para o progresso da nação.